Como já utilizamos a bicicleta para trabalhar, nos exercitar e até mesmo em competições, nada mais natural que ela também passe a se encaixar nas nossas viagens. Afinal, hoje é fácil encontrar modelos robustos o suficiente para aguentar uma boa dose de carga, sem comprometer a pedalada.
O bikepacking surge como uma maneira de conciliar o passeio de bike com aventuras mais desafiadoras, que envolvam o contato direto com a natureza. Neste post, explicaremos o termo, como ele surgiu e como você pode se preparar para uma viagem dessas. Boa leitura!
O que é bikepacking?
“Packing” significa “carregar” e faz referência ao clássico “mochilão”, aquela viagem de baixo custo que se tornou tradição entre turistas. Portanto, quando falamos de “bikepacking”, a ideia é quase a mesma — nesse caso, uma bicicleta é acrescentada ao pacote.
O bikepacking é a prática de viajar de bicicleta com mochilas atreladas a ela. Essa modalidade tem conquistado o seu espaço no Brasil, mas já é bastante tradicional no exterior, com sites e fóruns online nos quais os entusiastas trocam ideias.
O bikepacking tem tudo a ver com a exploração da natureza. Não à toa, o termo apareceu pela primeira vez em uma reportagem da revista National Geographic, famosa pelas suas fotos e textos sobre diferentes lugares do mundo.
No bikepacking, ciclistas utilizam bolsas confeccionadas para se adaptar à geometria da bicicleta utilizada. Como uma bike não é feita para carregar tanto peso como uma moto robusta, por exemplo, é preciso utilizar bolsas que não a sobrecarreguem.
No entanto, o bikepacking vai além de simplesmente pedalar com mochilas mais compactas e dispensar completamente o uso de alforjes volumosos na bicicleta. Além disso, é também uma modalidade de cicloviagem que serve como um desafio para quem quer se aventurar em lugares mais distantes dos centros urbanos.
Contato direto com a natureza
A ideia é utilizar o máximo de recursos naturais (como fontes de água, caso estejam disponíveis), dormir em barracas em meio à natureza e evitar despesas com hotéis e pensões, por exemplo. Só dessa maneira será possível vivenciar uma aventura de fato, em um contato mais intenso com a natureza.
Outro desafio é equilibrar esse objetivo com as cargas a serem levadas na bolsa. Mas não precisa se preocupar: há espaço o suficiente para se virar. Não é como se você fosse para o meio do mato com apenas uma escova de dente e uma garrafa de água.
As bolsas devem ser amarradas, com velcros ou elásticos, no quadro da bicicleta e também no guidão. Já as caramanholas (garrafas para colocar água ou outras bebidas, como Gatorade), são fixadas em suportes na bike.
Para balancear o peso, o próprio ciclista pode levar uma mochila com bolsa de hidratação e com espaços para carregar objetos pessoais. O bikepacking prioriza a compactação, de modo a garantir a condução suave, sem empecilhos ou cargas se chocando contra as rodas.
Quanto ao trajeto, a escolha é sua. Você pode escolher estradas bem pavimentadas ou encarar aquelas trilhas mais desafiadoras, com subidas e descidas. Uma dica é planejar o passeio de acordo com a experiência no ciclismo: iniciantes devem priorizar pistas mais tranquilas, por exemplo.
Qual é a bicicleta mais adequada para o bikepacking?
Desde que esteja equipada com equipamentos de alto nível, diversos modelos de bike podem ser utilizados no passeio. Só é preciso respeitar as características de cada bicicleta. Uma speed pura, por exemplo, não é uma boa escolha para trajetos com terrenos acidentados.
Alguns dos requisitos mais básicos para encarar um passeio de bikepacking são:
- um quadro resistente;
- uma boa relação de marchas, para encarar diversos terrenos;
- realização da manutenção antes do passeio.
Isso é o mínimo de que você precisa antes de escolher o lugar ou de começar a comprar mantimentos. Além disso, podemos citar alguns dos modelos que se adéquam ao desafio:
- mountain bike, seja hardtail ou full suspension;
- bikes híbridas, que se encaixam em diferentes trajetos;
- trail bike;
- gravel.
Como a mountain bike é a preferida dos brasileiros, a maior parte dos ciclistas já sai em vantagem. Afinal, elas se destacam pela versatilidade, com a capacidade de aguentar diferentes tipos de terreno.
Outra bicicleta que tem conquistado espaço no bikepacking e entre o público em geral é a gravel bike. Esse modelo é projetado para rodar bem nas estradas em qualquer condição, aguentando bem tanto o asfalto quanto a terra batida e o cascalho.
Pode-se considerar a gravel bike como um híbrido das bikes de estrada e da mountain bike. Ela já costuma vir com pneus grossos e resistentes, o que faz toda diferença para quem quer ter uma boa rolagem e alta durabilidade, por exemplo.
O que levar no passeio?
Já que falamos das bikes e do conceito, é o momento de mencionar a estrutura de uma bike preparada para a prática. Assim, são três as bolsas de bikepacking:
A caramanhola e seu suporte complementam a estrutura. Já em relação ao material que você levará nas bolsas, podemos citar alguns itens muito comuns entre os praticantes:
- saco de dormir;
- barraca;
- roupas para dormir. Não se esqueça de investigar a temperatura noturna do local;
- travesseiro;
- kit para higiene pessoal;
- lanterna de cabeça;
- kit de primeiros socorros;
- itens como canivete, isqueiro e ferramentas para manutenção da bike;
- água e comida;
- bateria extra para celular;
- protetor solar;
- fogareiro;
- entre outros.
Além disso, certifique-se de que o GPS do celular esteja funcionando bem, para que você não corra o risco de cortar totalmente a comunicação e se perder na natureza. Você não precisa necessariamente de todos esses itens, mas saiba que as bolsas são desenvolvidas para garantir o maior espaço possível.
A bolsa de selim, por exemplo, garante que a bicicleta não fique pesada demais a ponto de atrapalhar a condução. A dica é levar materiais de acordo com o trajeto: caso pretenda ficar mais tempo fora, levar a maior parte dos itens mencionados é uma ótima ideia.
Agora que você já sabe o que é o bikepacking e o que levar no caminho, já pode preparar uma viagem inesquecível. Lembre-se de escolher um lugar já mapeado por outros ciclistas, para não correr riscos com animais selvagens ou com a possibilidade de se perder, por exemplo.
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