O momento nunca foi tão inspirador para as mulheres no ciclismo. Afinal, 2022 será o ano no qual um dos maiores torneios do mundo terá uma edição feminina: o Tour de France, que ocorrerá em julho. Para celebrar esse marco do esporte, nada como listar as principais mulheres no ciclismo e as suas muitas vitórias e recordes.
Neste texto, você verá como o currículo de cada uma das ciclistas não deve nada aos dos grandes atletas da modalidade masculina. Siga conosco!
Kristina Vogel
Nascida no Quirquistão e naturalizada alemã, Vogel é um dos maiores nomes da história do ciclismo — independentemente do gênero. Afinal, não é toda atleta que pode se gabar de duas medalhas de ouro e uma de prata nas Olimpíadas, bem como de outras duas de ouro no Campeonato Mundial.
Como se não bastasse, ela quebrou, por duas vezes, o recorde de velocidade no Campeonato Mundial. Infelizmente, em 2018, um grave acidente a deixou tetraplégica: contudo, com esse currículo, ela já se imortalizou como uma das grandes ciclistas da história do esporte.
Hoje, Kristina se dedica à carreira política, tendo concorrido pela primeira vez a um cargo público em 2019, na Alemanha. Mas mesmo fora das competições, suas propostas se concentram justamente na valorização do esporte.
Marianne Vos
Um dos principais ciclistas de todos os tempos é o belga Eddy Merckx, que constantemente é citado como maior atleta de seu país. Seu apelido era “Canibal” pela agressividade e pela garra que demonstrava nas corridas. Com as mesmas características, uma das mulheres no ciclismo, Marianne Vos, garantiu o direito de herdar o nome.
A holandesa iniciou sua carreira em 2002 e venceu um torneio importante logo de cara, ao conquistar o Campeonato Júnior MTB XCO da Holanda.
Mas isso não significa que ela só brilha quando o assunto é mountain bike. Marianne é uma atleta multidisciplinar, já que disputa provas na estrada, na pista e até mesmo no Cyclocross, uma modalidade especialmente puxada que só é disputada no duro inverno e no outono da Europa.
Ela já conquistou a Copa do Mundo Feminina em cinco oportunidades, além de impressionantes sete títulos no Cyclocross. Suas premiações também se estendem ao ciclismo de estrada e às participações marcantes do Giro d’Italia Feminino.
Lizzie Deignan
A britânica Lizzie Deignan está com 33 anos e ainda na ativa. Ela iniciou sua carreira no ciclismo de pista em 2005 e permaneceu nessa modalidade até 2009. A partir daí, a atleta passou a focar nas estradas.
Você pode até pensar: ela largou as pistas porque não se deu muito bem lá, certo? Nada mais longe da verdade, uma vez que ela acumulou títulos nacionais, europeus e até mesmo conquistou a Copa do Mundo de Ciclismo de Pista.
Já no ciclismo de estrada, no qual está até hoje, ela venceu provas clássicas como o Tour de Flandres, a Strade Bianche e o Omloop Het Niewsblade, todas na Europa. Mas o seu melhor momento é mesmo o Campeonato Mundial de Estrada, faturado em 2015.
Anna van der Breggen
O Campeonato Mundial de Estrada de 2015, vencido por Deignan, foi mesmo marcante. Prova disso é que a sua principal desafiante, Anna van der Breggen, também é considerada uma das maiores ciclistas de todos os tempos.
A holandesa — que se aposentou em 2021 — se deu bem no Brasil. Afinal, o ouro do ciclismo de estrada das Olimpíadas do Rio, em 2016, foi dela. Dois anos depois, ela conquistou o Campeonato Mundial de Estrada, repetindo o feito em 2020.
Portanto, em um espaço de tempo de apenas quatro anos, ela marcou definitivamente o seu nome entre as grandes ciclistas mundiais. Outra curiosidade interessante é que ela ficou conhecida como Rainha das Ardenas, já que ela conquistou as três cobiçadas corridas que ocorrem em abril na Bélgica. O feito ocorreu em 2017.
Pauline Ferrand-Prévot
A francesa é outra que agracia fãs do esporte até hoje. Ela está com 30 anos e não dá sinais de que encerrará a carreira tão cedo. Assim como a sua colega Marianne Vos, Ferrand-Prévot se destaca pela sua multidisciplinaridade.
Assim, ela compete na estrada, no MTB XCO e no Cyclocross. Um feito exclusivo em todo o ciclismo é dela: a conquista de três torneios mundiais em um mesmo ano, em 2015, pelas três diferentes especialidades.
O feito histórico foi conquistado aos 23 anos de idade, quando as corredoras ainda são consideradas promissoras e ainda não desenvolveram todo o seu potencial. E sabe o que é mais legal? Nem mesmo os atletas masculinos, que são sempre mais incensados na mídia, conseguiram repetir essa marca.
Sua carreira segue a todo vapor, com importantes títulos garantidos em 2021, como o topo do pódio no UCI Mountain Bike World Championships e no UEC European XCO Championships, ambos bastante representativos no universo das mountain bikes.
Anna Meares
A australiana Anna Meares se especializou no ciclismo de pista, aquele disputado em velódromos especialmente construídos para essa modalidade. Nesse sentido, desenvolveu sua vitoriosa carreira inteira no chamado Track cycling.
Toda essa dedicação rendeu excelentes frutos: afinal, ela é a atleta mais bem-sucedida dessa especialidade, com 11 títulos e o recorde de vitórias na categoria. Mas o seu currículo não para por aí: são dois ouros, uma prata e três bronzes nas Olimpíadas, por exemplo.
Um desses bronzes foi conquistado nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016 — sua última premiação na carreira. Fora os 11 títulos no mundial da pista, ela também conquistou nove pratas e seis bronzes, além de cinco ouros nos Jogos Commonwealth.
Jaqueline Mourão
Infelizmente, o ciclismo profissional não é tão difundido em nosso país. Por mais que muita gente adore aquela trilha no fim de semana, ainda não temos uma presença maciça nas competições.
Além disso, o ciclismo não recebe tantos investimentos quanto outros esportes. De qualquer modo, não poderíamos deixar de destacar uma atleta que lutou contra tudo isso e conseguiu marcar o seu nome como uma das grandes mulheres no ciclismo: Jaqueline Mourão.
Mineira de Belo Horizonte, ela integrou a seleção brasileira de Mountain Bike Feminino e acumulou seis participações nas Olimpíadas. Sua principal conquista foi a medalha de bronze no Pan-Americano de 2019, em Lima. Outro dado marcante é o pentacampeonato brasileiro no Cross Country Olímpico (XCO), entre 2003 e 2018.
Jaqueline tem muita moral no Brasil: a ciclista foi eleita cinco vezes, pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a melhor atleta de mountain bike em nosso país.
Como pudemos ver no texto, não faltam exemplos de grandes mulheres no ciclismo. O Tour de France 2022 chega para coroar essa tradição e corrigir uma injustiça histórica. As atletas citadas aqui são uma inspiração para profissionais e também para aquelas pessoas que curtem apenas um passeio ocasional de bike.
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